Uma testemunha que encontrou o dentista Alexandre Peçanha Gaddy
queimado na segunda-feira (27) em São José dos Campos (97 km de SP) disse, em
depoimento à polícia, que a vítima o profissional contou que os ladrões se
irritaram após ele ter sacado um celular do bolso e, por isso, atearam fogo
nele.
A testemunha disse: "Achei
que era um assalto. Entrei na clínica, porque o sujeito gritava 'socorro,
socorro, me ajuda', e quando vi, chamei um PM vizinho amigo meu e voltamos. Aí
a enfermeira estava ajudando a atendê-lo", declarou. "Foi uma
judiação o que fizeram, foi muita brutalidade, coisa de cortar o coração. Não
dormi a noite toda com essa imagem na cabeça", desabafou o polidor.
De acordo com o delegado Leon
Ribeiro, a testemunha --uma mulher que não quer ser identificada-- conversou
com o dentista enquanto aguardava o socorro.
Ainda segundo a testemunha, o
dentista, que continua internado em estado grave, contou que uma dupla
encapuzada entrou em seu consultório para roubá-lo.
Por volta das 21h de segunda-feira (27), Gaddy, 41, estava sozinho
no consultório, após o expediente, quando os criminosos entraram. Segundo a
versão apresentada por essa testemunha, eles teriam levado Gaddy ao banheiro,
amarrado o dentista em uma cadeira e ateado fogo.
No banheiro, a polícia
encontrou uma garrafa de álcool vazia e um isqueiro, além de documentos e
cartões do dentista queimados no lixo.
A secretária do consultório
também já foi ouvida pela polícia. Ela contou que saiu do trabalho às 17h30 e
que o álcool usado na ação era do próprio consultório.
Segundo o delegado seccional, a
polícia já obteve as imagens de uma câmera do COI (Centro de Operações Integradas),
da prefeitura, e está trabalhando para melhorá-las, a fim de usá-las na
identificação de possíveis suspeitos.
Esse é o segundo caso neste ano em que criminosos ateiam fogo em
dentistas após tentativas de assalto a consultórios no Estado de São Paulo.
No dia 25 de abril, a dentista
Cinthya Magaly Moutinho de Souza foi morta no consultóriodela, na rua
Copacabana, Jardim Anchieta, em São Bernardo do Campo (Grande SP). Ela também
teve o corpo incendiado com álcool. A vítima morreu no local. Segundo a
polícia, ela foi morta pois tinha apenas R$ 30 na conta bancária.
Os quatro criminosos foram presos na mesma semana que
ocorreu o crime. Entre os assaltantes estava um adolescente de 17 anos que confessou à polícia ter ateado fogo na vítima.
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