quinta-feira, 25 de abril de 2013

Bangladesh, quarenta sobreviventes encontrados em prédio que desabou.-Bangladesh, forty survivors found in a building that collapsed.

Quarenta pessoas foram localizadas com vida nesta quinta-feira (25) em uma sala no interior do prédio que desabou em Bangladesh, anunciou o exército, em uma operação transmitida ao vivo pela televisão local.


"Nós encontramos 40 pessoas vivas dentro de uma sala", afirmou uma fonte militar no local da tragédia, perto de Dacca.

"Eles estão sendo resgatados", completou o porta-voz, muito aplaudido pela multidão presente.

Mais de 230 pessoas morreram no desabamento de quarta-feira (24), mas muitas pessoas continuam presas nos escombros do Rana Plaza, na cidade de Savar.

Milhares de parentes de pessoas consideradas desaparecidas estão reunidas no local para acompanhar as tarefas de resgate.

O edifício Rana Plaza, que além das unidades de confecção, também abrigava um mercado e um banco, desabou às 09h00 (00h00 de Brasília) de quarta-feira na localidade de Savar, perto de Dacca.

"O prédio todo desabou em minutos. A maioria dos trabalhadores não teve chance de escapar," disse à AFP o chefe do Departamento Nacional de Incêndios, Ahmed Ali.

"Nós ainda podemos ouvir gritos fracos de algumas pessoas presas", disse.

O acidente voltou a demonstrar os problemas de segurança e as péssimas condições de trabalho da indústria têxtil em Bangladesh, o segundo maior exportador de roupas do mundo, que fornece peças a varejistas de todo o mundo.

Grupos de defesa dos direitos trabalhistas afirmaram que este foi o acidente mais grave em uma fábrica do país, o que levou o governo do primeiro-ministro Sheikh Hasina a declarar um dia nacional de luto.

A rede britânica de roupas de preços reduzidos Primark admitiu que uma de suas fornecedoras trabalhava no Rana Plaza.

"A empresa está comovida e profundamente triste com este terrível acontecimento em Savar, perto de Dacca, e expressa suas condolências a todos os afetados", afirma em um comunicado

Uma das unidades de confecção era a New Wave Style, que em seu site informa que trabalha para a empresa espanhola Mango e para a italiana Benetton.

O grupo Walmart informou que investiga as acusações de militantes dos direitos dos trabalhadores de que possui fornecedores no Rana Plaza. A espanhola Mango admitiu vínculos com uma fabricante do edifício.

Apenas o primeiro andar do prédio ficou intacto, mas o local parecia ter sido atingido por um terremoto.

Segundo o ministro do Interior, Muhiudin Khan, o prédio foi construído sem respeitar a legislação vigente.

Alguns funcionários das confecções alertaram publicamente na noite de terça-feira para a existência de rachaduras, o que provocou pânico entre os trabalhadores. O problema chegou a provocar uma correria que deixou dez feridos. Mas todos foram obrigados a retornar ao trabalho pelos chefes.

"Os chefes nos obrigaram a voltar e uma hora depois do retorno o edifício desabou com um grande barulho", contou à AFP Musumi, uma operária de 24 anos.

Musumi afirmou que quase 5.000 pessoas trabalhavam no edifício, que também tinha apartamentos e lojas.

Ne cenário da tragédia, corpos e pessoas feridas eram retirados das partes mais altas da montanha de escombros com escorregas improvisados feitos de pedaços de pano que horas antes estavam sendo usados para confeccionar roupas para consumidores ocidentais.

A indústria têxtil de Bangladesh é a segunda maior do mundo. Abastece sobretudo marcas ocidentais de baixo custo.

Mas o setor é muito criticado por não respeitar as normas de segurança. Em novembro de 2012, um incêndio em uma fábrica têxtil matou 111 pessoas no subúrbio de Dacca.

Os desabamentos de imóveis em Bangladesh são frequentes, já que as normas de segurança da construção civil raramente são aplicadas no país. Em 2005, pelo menos 70 pessoas morreram no desabamento de uma fábrica têxtil na região de Dacca.

Em novembro do ano passado, 13 pessoas morreram na queda de uma ponte em construção na cidade portuária de Chitagong.




ENGLISH:


Bangladesh, forty survivors found in a building that collapsed.




Forty people were found alive on Thursday (25) in a room inside the building that collapsed in Bangladesh, said the army in an operation broadcast live on local television.

"We found 40 people alive inside a room," said a military source in place of the tragedy, near Dacca.

"They are being rescued," added the spokesman, much applauded by the crowd present.

More than 230 people died in the collapse Wednesday (24), but many people are still trapped in the rubble of Rana Plaza, in the town of Savar.

Thousands of relatives of missing persons are assembled on site to monitor the rescue.

The building Rana Plaza, which apart from manufacturing units, also housed a market and a bank, collapsed at 09:00 (00:00 GMT) on Wednesday in the town of Savar, near Dhaka.

"The whole building collapsed in minutes. Most workers had no chance to escape," said AFP chief of the National Fire Ahmed Ali

"We can still hear faint cries of some people trapped," he said.

The accident has again demonstrated the security problems and poor working conditions in the textile industry in Bangladesh, the second largest exporter of clothing in the world, which supplies parts to retailers around the world.

Advocacy groups, labor rights stated that this was the most serious accident in a factory in the country, prompting the government of Prime Minister Sheikh Hasina to declare a national day of mourning.

The British chain of clothing at reduced prices Primark admitted that one of its suppliers worked in Rana Plaza.

"The company is deeply touched and saddened by this terrible event in Savar, near Dhaka, and expressed his condolences to all those affected," he said in a statement

One unit of production was the New Wave Style, which reports on its website that works for the Spanish company Mango and the Italian Benetton.

The Walmart group reported that investigates allegations of militant workers' rights that has suppliers in Rana Plaza. The Spanish Mango admitted links with a manufacturer of building.

Only the first floor of the building remained intact, but the place seemed to have been hit by an earthquake.

According to Interior Minister Muhiudin Khan, the building was constructed without respecting the law.

Some officials have warned publicly of clothing on the night of Tuesday the existence of cracks, which caused panic among the workers. The problem came to cause a stampede that left ten injured. But all were obligated to return to work by the chiefs.

"The leaders have forced us to go back and return an hour later the building collapsed with a great noise," he told AFP Musumi, a worker of 24 years.

Musumi said nearly 5,000 people worked in the building, which also had apartments and shops.

Ne scene of the tragedy, bodies and wounded people were taken from the higher parts of the mountain of rubble with makeshift slides made from pieces of cloth that hours before were being used for making clothes for Western consumers.

The textile industry in Bangladesh is the second largest in the world. Supplies especially Western brands at low cost.

But the industry is heavily criticized for not respecting safety standards. In November 2012, a fire in a textile factory killed 111 people on the outskirts of Dhaka.

The real estate in Bangladesh landslides are frequent, since the safety standards of construction are rarely enforced in the country. In 2005, at least 70 people died in the collapse of a textile factory in the region of Dacca.

In November last year, 13 people died in the collapse of a bridge under construction in the port city of Chitagong.







Nenhum comentário:

Postar um comentário