sexta-feira, 19 de novembro de 2010
...todo o povo ficava suspenso de admiração, quando o ouvia falar.
Religião Meu dia com Deus Evangelho do Dia
Ano C - 19 de novembro de 2010
Lucas 19,45-48
Aleluia, aleluia, aleluia.
Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem (Jo 10,27).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
45 Em seguida, Jesus entrou no templo e começou a expulsar os mercadores.
46 Disse ele: Está escrito: A minha casa é casa de oração! Mas vós a fizestes um covil de ladrões (Is 56,7 Jr 7,11).
47 Todos os dias ensinava no templo. Os príncipes dos sacerdotes, porém, os escribas e os chefes do povo procuravam tirar-lhe a vida.
48 Mas não sabiam como realizá-lo, porque todo o povo ficava suspenso de admiração, quando o ouvia falar.
Palavra da Salvação.
Comentário do Evangelho
A FUNÇÃO DO TEMPLO É RECOBRADA
Jerusalém era a meta da longa marcha de Jesus. Aí, o Templo constituía seu ponto final. Por que? Porque o Templo, na religião judaica, era o lugar da morada de Deus no meio do povo. Para Jesus, é a casa do Pai. E, como Filho, é para a casa do Pai que ele se dirige.
O Mestre decepcionou-se com o que viu: o Templo fora transformado num antro de exploradores inescrupulosos, que se serviam do espaço sagrado para enriquecer, lançando mão dos mais vis artifícios de exploração. Na mais total impunidade, e com a cobertura dos sacerdotes, davam a impressão de estar prestando um grande serviço aos peregrinos. Situação, porém, insuportável para Jesus!
A expulsão dos vendedores e compradores teve a finalidade de fazer o Templo recobrar sua verdadeira função: ser casa de oração, portanto, lugar de encontro com o Pai e reabastecimento espiritual, espaço de vivência da fraternidade e da igualdade. Enquanto "casa", seria o espaço do encontro dos filhos de Deus.
Uma vez purificado, o Templo tornou-se lugar privilegiado da pregação de Jesus. Ao ouvi-lo, o povo ficava extasiado, e se apinhava ao seu redor. Agora, sim, voltara a ser casa do Pai, onde o Filho se sente à vontade para falar das coisas de Deus. Os projetos malévolos dos sacerdotes e dos escribas não o intimidavam. Afinal, enquanto Filho, aquele lugar lhe pertencia.
Oração
Espírito purificador, tira do meu coração toda sorte de maldade e de egoísmo, que o tornam indigno de ser morada de Deus.
Santo do dia=
19 de novembro
São Roque Gonzales
"Matastes a quem tanto vos amava. Matastes meu corpo, mas minha alma está no céu."
(São Roque Gonzales)
Contam os escritos que estas palavras foram ouvidas pelos índios que assassinaram o missionário jesuíta Roque Gonzalez e seus companheiros, padres Afonso Rodrigues e João de Castillo, em 1628. As palavras foram prodigiosamente proferidas pelo coração de padre Roque, ao ser transpassado por uma flecha, porque o fogo não tinha conseguido consumir.
Os três padres eram jesuítas missionários na América do Sul, no tempo da colonização espanhola. Organizavam as missões e reduções implantadas pela Companhia de Jesus entre os índios guaranis do hoje chamado Cone Sul. O objetivo era catequizar os indígenas, ensinando-lhes os princípios cristãos, além de formar núcleos de resistência indígena contra a brutalidade que lhes era praticada pelos colonizadores europeus. Elas impediam que eles fossem escravizados, ao mesmo tempo que permitiam manter as suas culturas. Eram alfabetizados através da religião e aprendiam novas técnicas de sobrevivência e os conceitos morais e sociais da vida ocidental. Era um modo comunitário de vida em que todos trabalhavam e tudo era dividido entre todos. O grande sucesso fez que os colonizadores se unissem aos índios rebeldes, que invadiam e destruíam todas as missões e reduções, matando os ocupantes e pondo fim à rica e histórica experiência.
Roque foi um sacerdote e missionário exemplar. Era paraguaio, filho de colonizadores espanhóis, nascido na capital, Assunção, em 1576. A família pertencia à nobreza espanhola, o pai era Bartolomeu Gonzales Vilaverde e a mãe era Maria de Santa Cruz, que o criaram na virtude e piedade. Aos quinze anos, decidiu entregar sua vida a serviço de Deus. Ingressou no seminário e, aos vinte e quatro anos de idade, foi ordenado sacerdote. Padre Roque quis trabalhar na formação espiritual dos índios que viviam do outro lado do rio Paraguai, nas fazendas dos colonizadores.
O resultado foi tão frutífero que o bispo de Assunção o nomeou pároco da catedral e depois vigário-geral da diocese. Mas ele renunciou às nomeações para ingressar na Companhia de Jesus, onde vestiu o hábito de missionário jesuíta em 1609. Depois, passou toda a sua vida a serviço dos índios das regiões dos países do Paraguai, Argentina, Uruguai, Brasil e parte da Bolívia. Em 1611, chefiou por quatro anos a redução de Santo Inácio Guaçu. Em 1626, fundou quatro reduções: Candelária, Caaçapa-Mirim, Assunção do Juí e Caaró.
Foi na Redução de Caaró, atualmente pertencente ao Brasil, que os martírios ocorreram, em 15 de novembro de 1628. Depois de celebrar a missa com os índios, padre Roque estava levantando um pequeno campanário na capela recém-construída, quando índios rebeldes, a mando do invejoso e feiticeiro Nheçu, atacaram aquela e a vizinha Redução de São Nicolau. Mataram todos e incendiaram tudo. Padre João de Castillo morreu naquela de São Nicolau, enquanto padre Afonso Rodrigues, que ficou na de Caaró, morreu junto com padre Roque Gonzales, esse último com a cabeça golpeada a machado de pedra.
Dois dias depois, os índios rebeldes voltaram para saquear os escombros. Viram, então, que o corpo de padre Roque estava pouco queimado, então transpassaram seu coração com uma flecha. Foi aí que ocorreu o prodígio citado no início deste texto e mantido pela tradição. Eles foram beatificados pelo papa Pio XI em 1934 e canonizados pelo papa João Paulo II em 1988, em sua visita à capital do Paraguai. A festa de são Roque Gonzales ocorre no dia 17 de novembro.
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